Moçambique ou Massambique?
Dentro da Festa do Rosário, existem palavras que são conhecidas como “língua de preto”, que são as línguas faladas pelos negros escravizados e por seus descendentes que era usada em sua terra. Outra forma de comunicação são as chamadas “línguas de senzala”, que foram as línguas criadas pelos negros cativos para que pudessem se comunicar, uma vez que ao serem desembarcados no Brasil, eram separados do povo de sua tribo com o intuito de dificultarem sua comunicação e com isso tentarem impedir qualquer tentativa de fuga ou ação contra os senhores de engenho.
Algumas pessoas costumam dizer que capitães, reis e conhecedores “enrolam a língua” quando pronunciam tais palavras e frases que são oriundas das línguas Bantu – grupo linguístico que envolve mais de 300 línguas e dialetos. Entre eles as mais conhecidas e faladas entre os reinadeiros são o kimbundu falada no noroeste de Angola, incluindo a província de Luanda. A língua kikongo, falada pelos povos bacongos províncias de Cabinda, do Uíge e do Zaire ao norte de Angola; no Baixo-Congo, na República Democrática do Congo e nas regiões limítrofes da República do Congo. O umbundo de Benguela também é uma língua bantu falada pelos ovimbundos das montanhas centrais de Angola no continente africano.
No reinado, família de sete irmãos, tem como um de seus irmãos o que todos conhecem por moçambique, mas como é possível ser de moçambique vindo de Angola?
“Eu vim beirando o rio ô, eu vim beirando o mar
Eu vim beirando o rio ô, eu vim beirando o mar
Oi eu vim de Angola êêia
Oi eu vim de Angola êêia”
Quando falamos moçambique, de fato é referido ao país africano localizado ao sudeste da África. O que temos dentro do rosário é o MASSAMBIQUE que tem como significado dança sagrada feita pelos negros africanos. Esta dança remete ao movimento de socar o pilão, por isso dançada de forma encurvada .
Massambique é uma palavra kimbundu, do grupo linguístico bantu.
Esta e outras palavras serão apresentadas a você durante nossas comemorações. Acompanhe e participe conosco.
Por Ester Antonieta